Nem todo osso quebrado se conserta somente com gesso e tempo. Às vezes, o osso se fragmenta em múltiplos pedaços sem possibilidade de reconstrução. A nova técnica proposta por especialistas em medicina regenerativa do Centro Médico Cedars-Sinai em Los Angeles, na Califórnia, combinou ultrassom, células tronco e terapia gênica para estimular a reconstrução óssea. A técnica deu tão certo em animais que se espera para logo o início dos testes clínicos em humanos. Já se vem há algum tempo tentando substituir o procedimento padrão de enxerto ósseo pelo emprego de células tronco, mas havia uma dificuldade muito grande de se direcionar a diferenciação somente em células ósseas (osteócitos) e não em tecido de cicatrização ou em gordura. Para a diferenciação ocorrer, as células tronco precisavam de mais tempo em contato com as proteínas que sinalizam osso - as chamadas BMPs. Esse problema técnico foi resolvido com a introdução de cópias extras dos genes que codificam essas proteínas dentro de pequenas bolhas de gordura introduzidas no sítio da fratura.
E aí? Será que esse método pode ser patenteado? Depende do território. No Brasil, métodos de tratamento e cirúrgicos não são considerados invenção e como só se patenteia invenções; no Brasil, tais métodos não são patenteáveis. Na Europa, entende-se que são, sim, invenções, mas tampouco são patenteáveis porque não cumprem o requisito de aplicação industrial. Já os EUA não fazem qualquer objeção à proteção desses métodos por patente. Importante frisar aqui que as objeções ao patenteamento do método não se estendem às invenções acessórias! Isso significa que as construções genéticas, as linhagens celulares, as próteses, o ultrassom...tudo o mais que envolve o método pode ser objeto de patente. Desde que, é claro, cumpram os demais requisitos de patenteabilidade.
http://www.sciencemag.org/news/2017/05/tiny-bubbles-and-bit-gene-therapy-heal-major-bone-fractures-pigs